22 de nov. de 2012

How can I forget you
Memories come and go
You’re all I've ever wanted
You’re all I've ever known
Can I be happy
Living with your ghost
The pictures tell the story
I took them off the wall
It’s hard enough to get through
I still can feel the fall
Do you even think of me at all?

I want you 
Only you (repeats)

I could start it over
And find somebody new
A beautiful distraction
Just a hand to hold on to 
But if you ask me
Would that love be true?



19 de nov. de 2012

Goodbye my friend

Did I disappoint you or let you down?
Should I be feeling guilty or let the judges frown?
'Cause I saw the end before we'd begun,
Yes I saw you were blinded and I knew I had won.
So I took what's mine by eternal right.
Took your soul out into the night.
And it may be over but it won't stop there,
I am here for you if you'd only care.
You touched my heart you touched my soul.
You changed my life and all my goals.
And love is blind and that I knew when,
My heart was blinded by you.
I've kissed your lips and held your head.
Shared your dreams and shared your bed.
I know you well, I know your smell.
I've been addicted to you.
Goodbye my lover.
Goodbye my friend. 
You have been the one.
You have been the one for me.
I am a dreamer but when I wake,
You can't break my spirit - it's my dreams you take.
And as you move on, remember me,
Remember us and all we used to be
I've seen you cry, I've seen you smile.
I've watched you sleeping for a while.
I'd be the father of your child.
I'd spend a lifetime with you.
I know your fears and you know mine.
We've had our doubts but now we're fine,
And I love you, I swear that's true.
I cannot live without you.
Goodbye my lover.
Goodbye my friend. 
You have been the one.
You have been the one for me.
And I still hold your hand in mine.
In mine when I'm asleep.
And I will bear my soul in time,
When I'm kneeling at your feet.
Goodbye my lover.
Goodbye my friend.
You have been the one.
You have been the one for me.
I'm so hollow, baby, I'm so hollow.
I'm so, I'm so, I'm so hollow

16 de nov. de 2012

catástrofe

Um holocausto, uma Chernobyl, uma Waterloo, uma Aljubarrota, uma bomba atómica, um 11 de Setembro, um cancro, uma guerra mundial, um genocídio, um fascismo, um Alcácer-Quibir, um Katrina, umas cheias numa região sobre-populada da China, um cometa há 60 milhões de anos, um Pearl Harbour, um 11 de Março, uma invasão da Polónia, um assassinato de arquiduque, uma Lisboa em 1755, uma Revolução Bolchevique, um muro em Berlim ou uma KGB, uma glaciação, uma epidemia de cólera.
foste tu.

 

2 de nov. de 2012

cada escolha uma renúncia

estava no Plateau, que pode ser tido como a minha discoteca favorita (se é que gosto realmente de discotecas), e estavam a dar umas quantas músicas daquelas que falam a uma pessoa, e aguço o ouvido.

But I still haven't found what I'm looking for.

e julgo entender que o meu amor por ti foi o conforto de, num mundo vasto e infinito, ter encontrado o meu lugar. difícil é admitir que, desse mesmo mundo infinito, tenho ainda de extrair o que me pertence. o que foi feito para o meu lado, o meu lugar. 

perguntei-me, inclusive, nos flashs intermitentes das luzes, no balancear das minhas próprias ancas, no ondular dos meus braços, no abrir e fechar dos meus olhos, no meu cabelo que escorrega aos puxos, nos movimentos de quem me rodeia, braços e pernas que se entrelaçam, bocas que se encontram num conforto desconhecido (já agora, que idade tens?) no conteúdo desta letra dos U2, pergunto-me se serias tu o final da linha. pergunto-me se deveria perdoar-te. haverá algo de que absolver-te? não te deverei eu também desculpas? ter-te-ei dilacerado um pouco do que me dilaceraste? quão ... unidos éramos? mas dei-me também conta de que o motivo pelo qual nos remeti ao silêncio, a um silêncio que agora também acarinhas e estimulas, se deveu a um simples facto que repeti incontáveis vezes a mim mesma por entre os tais flashs, notas e balanceares, no inglês que é a língua em que tenho epifânias.

you shattered my dreams - all of my dreams - all in a single gesture;
dreams that, at times, you fed;
dreams that, in general, were me and you.
a whole future of wonders and happinness,
you sent me to outer space, alone,
and you laughed out loud:
what do I care?

How could I forgive you for not being aware of how much you meant to me?

1 de nov. de 2012

sonho

esta noite tive um sonho perturbador, angustiante, que exigiu mais forças do que as de que parecia dispor.

não era eu, era outra pessoa qualquer e vivia numa casa enorme que ainda conseguiria descrever. tinha um jardim com piscina e um terraço. e tinha uma família enorme e mesquinha, complicada, e uma irmã mimada que detestava. a minha mãe era a figura mais forte dali, e também as duas chocávamos apesar do muito que eu precisava da sua aprovação. odiava o meu pai e os homens que iam constantemente lá a casa fazer política com ele e dar-se ares de intelectuais conservadores.

a minha irmã caía de um bicho esquisito, 100% inofensivo, que não existe e que tinha os olhos mais tristes que jamais vi. a minha família declarava-o culpado pela pequena queda da menina, que ficava sobressaltada e humilhada. ela caía na água (era numa praia) e ficava tudo filmado. o animal primeiro fazia uns quantos guinchos a tentar chamar a atenção das pessoas sobre a queda dela e depois, visto que ninguém ouvia, estendia-se na areia ao sol. o desgraçado do bicho a apanhar sol e a minha filha a morrer, era o argumento indignado do meu pai quando regressávamos a casa. E trancafiava o pobre animal numa pequena jaula de coelho (os sonhos são assim, se antes tinha o tamanho de um cavalo e parecia um pequeno dinossauro trapalhão, agora parecia uma pequena foca peluda de olhos tristes). iniciava-se assim a minha luta contra o abate do animal. o tempo arrastava-se com ele fechado no terraço, comigo a ligar a toda a gente para vir acudir-lhe antes que fosse tarde demais. com o meu pai a contar a história nos serões e a ser amplamente apoiado quando dizia que ia abater o animal. e eu interrompia-lhe o convívio, evocada o progresso, einstein e outros filósofos, falava do respeito aos animais como marca de civilização, de humanidade, de civilidade. dizia que a queda da mana não fora tão grande assim, que ela estava era de vaidade ferida. os amigos dele ouviam-me quando dizia que, daqui a alguns anos (estavamos nos anos 20) quando o mundo finalmente se detivesse para pensar nos animais, todos eles seriam tidos como bárbaros. dizia-lhes que deviam abraçar a mudança dos tempos e os novos valores ocidentais. sentia que vivia no século XXI mas estava rodeada de senhores de fato e gravata dos ditos anos 20. e todos com tanto respeito ao meu pai que acabavam por encolher os ombros e ignorar-me. e então vinham elas; as minhas amigas V e V. e eu engendrava um plano improvisado, simples, já que o jantar estava ao lume e a minha mãe saíra. a janela da cozinha dava para o terraço. deixava-as no terraço e pedia-lhes que corressem, que me passassem a gaiola para a janela da cozinha, a poucos passos da porta de saída, e corressem para aí. eu colocar-lhes-ia o bicho nas mãos e elas que fugissem. eu reunir-me-ia a elas assim que pudesse, para decidirmos aonde o deixar, com quem o deixar. para celebrarmos a sua vida. e, nervosa, abria a janela e os meus dedos tremiam. sabia que ia ser severamente punida. já declarara que odiaria para sempre o meu pai e a minha mãe. evoquei, mesmo no sonho, o número de vezes que os denegriria perante os filhos que um dia haveria de ter. tudo porque eram inflexíveis quanto a evitar o desperdício de uma vida. elas diziam que a gaiola não passava. então peguem nele, dêem-mo cá e dêem a volta, corram para a porta antes que alguém venha vigiar as panelas! e era o que faziam. o animal era tão indefeso, e já estava num estado tão mal tratado, quase vegetativo e cheio de fome, que não oferecia qualquer resistência. eu aguardava, com ele enrolado atrás de um avental e de um pano de cozinha, que elas chegassem à porta. metia-o nas mãos delas, sorria e fechava o rosto de nervos. dava um passo para o patamar do prédio e elas julgavam que ia com elas. não, eles iam suspeitar, vão vocês e logo falo convosco para ver onde o pomos. e a porta ia fechar-se mas eu evitava-o no último instante. dizia: adeus queridas, até amanhã. e fechava-a com estrépito. a maldade deles não sabia que todos os meus instantes eram dedicados a tentar salvar o bicho, por isso estendiam-se languidamente no sofá a julgar que eu tinha a cabeça ocupada com futilidades.a minha missão estava cumprida. 

a única cena que se seguiu, no meu sonho, foi a da minha mãe, uma loira altíssima de quarenta e tal anos muito parecida com a vera fisher, chegar a casa com compras e a bufar. quando dava pela falta do animal, incitada pela minha irmã meio histérica, olhava-me longamente. e dava-me uma cabeçada. e eu desmaiava e dava-me conta, ao acordar, da gravidade do que fizera aos olhos de todos eles. 

e pronto, os meus sonhos são assim.