19 de out. de 2011

fugacidade

não adianta de nada
mergulhar no amor
fazer dele alimento,
refúgio do dissabor.

não adianta, pois não
viver de memórias
de horas já vividas
em desejadas glórias.

não adianta, meu tudo
viver da luz inegável
de um instante passado,
fugaz e irrecuperável.

17 de out. de 2011

combustão

Quem me dera ter parado lá, ali,
naquele instante.
Volto lá tantas vezes,
parece-me agora tão distante.

Voltar à escuridão,
ao meu corpo em combustão,
às palavras disconexas,
ao entrecortado da respiração.

Ó, venha já a morte
para que, de olhos fechados
reviva eternamente,
o voo dos nossos lábios colados.

16 de out. de 2011

fulfilling dreams

all I want is this average height man with his ordinary brown eyes and his peculiar humor. all I want is his voice to rise up next to mine, through life and, as I believe, death as well. all I want is to be able to bound to something as different, as rich, as he and his principles are. all I want is to be near enough, always, that I'd be constantly stunned by my own pride of him. all I want is to be allowed to be next to him, each day of the next seventy years or so, and to hold hands to him through dark times, hunger and grief. all I want is to die before he dies, or to watch him die and be entitled to chose to leave as well if I intend to do so. or to step forward on giving my heart, a lung, a hand, if he ever happens to need one of those. all I want is to hold his children by the hand, and call them mine too. to see freckles on kids that carry his spirit, his own flesh and blood. all I want is to kiss him when he's upset, to sit next to him when he's cold and to get him to improve his flaws. all I want is not to be flawless when standing at his side, but to hear his voice calling me back at reason. all I want is to be capable to collect this little from life, and to call it, gratefully, my all.

15 de out. de 2011

special 1

um dia digo-te assim:

'olha, eu amo-te mas vivo bem com isso. é mais um amor de luz que de sal (agora). sabe que o meu amor dá três voltas ao universo e abraça-te a meio. estás bem cá dentro, protegido, nao tenhas medo. está bem, não queres uma relação, eu tambem nao quero. está bem, nao me amas, mas eu amo-te. se me deixares, cuido de ti, ainda que de longe, ainda que como amiga. cuido de ti, a vida toda, se me deixares por perto. só quero q vivas com o conforto de saber que te amo, e que és daquelas poucas pessoas dignas do estatuto de amor da vida de alguém. mesmo com todos os contras, mesmo com todas as patadas, mesmo com todas as desilusões, as lágrimas e as dores caladas, eu não vou a lado nenhum. devo ser como as estrelas constantes: sou fixa. trémula, mas fixa. só desapareço daqui a milhões de anos, pelo menos deve ser por essa altura que o meu amor vai implodir. acredito que fique a pairar no cosmos, uma nebulosa positiva, luminosa, em torno da estrela que um dia foste tu. meu amor, meu príncipe. acredito que vou conseguir tomar conta de nós os dois, amando-me mais, para poder amar-te a ti. amando-te até ao infinito, e de regresso à terra, uma vez, e outra, e infinitamente elevado ao infinito. estás aqui, no centro dos meus braços, sol.'