2 de nov. de 2012

cada escolha uma renúncia

estava no Plateau, que pode ser tido como a minha discoteca favorita (se é que gosto realmente de discotecas), e estavam a dar umas quantas músicas daquelas que falam a uma pessoa, e aguço o ouvido.

But I still haven't found what I'm looking for.

e julgo entender que o meu amor por ti foi o conforto de, num mundo vasto e infinito, ter encontrado o meu lugar. difícil é admitir que, desse mesmo mundo infinito, tenho ainda de extrair o que me pertence. o que foi feito para o meu lado, o meu lugar. 

perguntei-me, inclusive, nos flashs intermitentes das luzes, no balancear das minhas próprias ancas, no ondular dos meus braços, no abrir e fechar dos meus olhos, no meu cabelo que escorrega aos puxos, nos movimentos de quem me rodeia, braços e pernas que se entrelaçam, bocas que se encontram num conforto desconhecido (já agora, que idade tens?) no conteúdo desta letra dos U2, pergunto-me se serias tu o final da linha. pergunto-me se deveria perdoar-te. haverá algo de que absolver-te? não te deverei eu também desculpas? ter-te-ei dilacerado um pouco do que me dilaceraste? quão ... unidos éramos? mas dei-me também conta de que o motivo pelo qual nos remeti ao silêncio, a um silêncio que agora também acarinhas e estimulas, se deveu a um simples facto que repeti incontáveis vezes a mim mesma por entre os tais flashs, notas e balanceares, no inglês que é a língua em que tenho epifânias.

you shattered my dreams - all of my dreams - all in a single gesture;
dreams that, at times, you fed;
dreams that, in general, were me and you.
a whole future of wonders and happinness,
you sent me to outer space, alone,
and you laughed out loud:
what do I care?

How could I forgive you for not being aware of how much you meant to me?

Nenhum comentário:

Postar um comentário