21 de mar. de 2013

uma é pouco

uma morte vai ser pouca para ti, nesta vida.
porque te deu ela o poder de criar outras vidas?
porque persistes quando tantos perecem?
quando melhores se perdem em curvas e sufocares nocturnos?
porque não se te aperta o coração, como se apertam os dos que o têm?
porque me assombras a existência,
vivendo cegamente e alegremente
na sujidade da tua, no vazio da tua?
porque te perdoam todos e te ouvem os queixumes
quando jamais foste ombro para o que quer que seja?
porque não te vais?
o meu único grão de compreensão prende-se com a certeza
de que nem a morte te quer.

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