16 de nov. de 2010

unspeakable

É a minha hora. Hoje escolho estar num carro antigo, daqueles dos anos 60, um Renault talvez (importa saber ao pormenor os atributos do carro para saber que era aquele?) descapotável. Quero estar no cimo de uma falésia, quem sabe na costa vicentina, a ver o pôr-do-sol no Atlântico, a ver as rochas receberem as investidas do mar. Escolho estar estendida no banco de trás do carro, com o braço sobre a chapa quente, quero ter o rosto voltado para o mar e óculos de sol, mas apenas para poder suportar o olhar directo do sol. E quero que não passe ninguém, quero estar lá sozinha, se é assim que deve ser. Quero que esteja a tocar, bem alto, a Elegy for Dunkirk, e quero aprender a letra dela de cor, para poder mover os lábios de acordo com as suas palavras.

God give me youth, time and money, so I can live.

Drop thy still dews of quietness,
Till all our strivings cease;
Take from our souls the strain and stress,
And let our ordered lives confess
The beauty of thy peace.

Breathe through the heats of our desire
Thy coolness and thy balm;
Let sense be dumb, let flesh retire;
Speak through the earthquake, wind, and fire,
O still small voice of calm!

Elegy for Durkirk - Dario Marianelli



25 Abril 2010

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